terça-feira, 18 de maio de 2010

Marcelo Maldonado Brasileiro Peixoto

  MAS MANTENHA O RESPEITO   

       Hoje falaremos sobre o maior músico dos últimos tempos, Marcelo Maldonado Peixoto. Calma, eu digo o maior, mas não costumo ficar colocando escala de valores em obra de arte (acho isso meio absurdo) mas de qualquer forma o cara é um revolucionário da música popular brasileira, exageros a parte, vamos a ele.


       Marcelo nasceu no Rio de Janeiro em 1967 e é de escorpião (só pra constar, já que não conhecemos astrologia e seu poder de influência sobre as coisas). 
Acredito que o primeiro elemento que faz da música de D2 uma das maiores é a coragem, que em primeira instância foi a audácia de falar de uma droga com tanta liberdade e com uma opinião baseada em diversos elementos, que vão de crendices populares a justificativas medicinais. Porém o que fez o Planet Hemp ser uma banda tão expressiva no circuito nacional independente é o fato de serem tão “politicamente incorretos”, como convém a uma banda de Rock. Enquadro nesse codinome a busca pela liberdade, principalmente de expressão, um questionamento frequente sobre nossos governos e questões que até então eram muito pouco discutidas como a legalização da maconha.


“Trabalho oito horas sete dias por semana só por fumar uma erva eu vou entrar em cana



Deputados cheiram bebem e não vão para prisão porque é ilegal?



Eles que lesam a pátria e sou eu o marginal
Não seja alienado eles falam que faz mal e você aceita calado
Procure se informar
Uma erva natural não pode te prejudicar” 

         Além das letras, o Planet Hemp tinha uma técnica musical muito diferente, com riffs capazes de agradar qualquer um que goste de música (com exceções, claro).  Acredito que não exista uma pessoa nascida naquela época que não conheça a introdução de Mantenha o respeito. Dessa forma o som estava longe de ser só barulheira, como convinha a muitas bandas de rock da época.
O segundo motivo para D2 merecer o respeito é justamente esse dom que vem do Planet para uma musicalidade mais rebuscada. Ao misturar rap com samba em sua carreira solo, ele mostra mais uma vez o quanto pode inovar e nesse caso acredito que revolucionar um estilo musical, se bossa nova, de certa forma, é uma mistura de jazz com samba o que o D2 faz é o que? Talvez ele mesmo devesse nomear para que a partir de então as pessoas passem a gravar mais hiphop com samba. 





A principal queixa dos fãs de Planet Hemp é que o Marcelo teria traído o movimento. Essa é uma perseguição que o João Gordo conhece bem, (Dado Dolabela que o diga), mas que não podemos levar como regra, já que esse descontentamento é de um pequeno número de pessoas, que não conseguem observar o que esses dois artistas tem feito (até pelas antigas ideologias), ultimamente. Enfim, como estamos falando de D2 não precisa de muito esforço para observar que as músicas continuam falando de maconha  (e até cocaína como no caso de Vem comigo que eu te levo pro céu), crítica social como no caso de Desabafo e da busca por ideais como em Fala Sério, todas do seu último álbum: A arte do barulho.
A separação do Planet Hemp foi de certa forma positiva, pois assim temos mais artistas produzindo muita coisa, fã que é fã sabe o que cada um tá fazendo e na minha opinião o Bnegão continua fazendo músicas tão boas quanto na época do Planet.




            De qualquer forma acredito que o Marcelo D2 deu e vem dando uma contribuição muito boa para a música popular. Pensando que será sua música lembrada pelas futuras gerações, que como nós vem lembrando dos mestres como João Donato, Tom Jobim, Cartola, James Brown, Paulinho da Viola, AC/DC, o grande Chico Buarque, enfim todos que fazem músicas de muito boa qualidade e que sempre serão lembrados furando barreiras como nacionalidade e idioma. E não adianta pensar que só porque os meios de comunicação lembram mais de Elvis do que de Sonny Boy Williamson significa que ele não é lembrado. Assim como minha família ouvia Paulinho da Viola, meus filhos ouvirão entre outras coisas Marcelo D2 e Planet Hemp, isso é coisa que é passada de pai para filho igual a futebol, e é por isso que sou brasileiro.


Marcelo D2 - Pode Acreditar (Meu Laiá Laiá) from Mauricio Campos on Vimeo.

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