Quando Izaura se foi o bar com os amigos voltou. Voltou também os milhos de pipoca que estragam os dentes. O velho violão voltou, as noites de leitura, os contos inacabados, as festas o calor.
Aquele roteiro antigo, projeto de faculdade, terminei.
O emprego que Izaura tanto reclamava, me procurou.
Voltei a fazer contas, além de voltar a ser magro, minha barba voltou a crescer, provável conseqüência do futebol que voltou com a bola toda.
O Tom Zé voltou a cantar no meu rádio, voltei a me vestir mal e a usar o sapato sem amarrar.
O skate assim como os anos noventa voltaram a ser coisa de pessoa séria e comprometida. O Chavez voltou a ter graça.
O Sr. Argenor dono do caldo de cana disse: "nossa! como você esta diferente".
Automaticamente voltei a enfiar a mão no alpiste dos canários até o punho, apontar o lápis com o estilete sem necessidade e decorar as coisas com adesivos como era de costume.
Uma das últimas coisas a voltar foi o prazer de caminhar, veio pouco antes de Izaura que bateu na porta, eu abri e ela disse: "Voltei".
Postagens
Nenhum comentário:
Postar um comentário